Banda Vimana: o lado obscuro do rock brasileiro

Olá, amigos de Klitorian...

Hoje venho aqui sobre uma das bandas mais obscuras do Brasil, o Vimana. Surgida na década de 70, fez parte do movimento Rock Progressivo Brasileiro.

Agora por que obscura? Simples, meus caros, vamos lá...

O Vimana em sua história teve algumas formações em seu elenco, mas a que se mais destacou, foi a que anos depois lançou tais integrantes ao sucesso do rock 80 em terrinhas “brazucas”, a formação era composta por: 

• Lulu Santos (guitarra e vocal) – na época conhecido Luís Maurício; 
• Luiz Paulo Simas (teclados e vocal) – criador do Plim Plim da Rede Globo; 
• Fernando Gama (baixo); 
• Ritchie (vocal e flauta); 
• Lobão (bateria); 

Isso mesmo, entre os cinco membros temos eles ai, Lobão, Ritchie e Lulu Santos. 

O grupo surgiu em 1974 e durou até os idos de 78, e essa formação entre todas as outras que foram feitas, foi a que mais se destacou, tanto pelo nome de peso quanto pela técnica apurada que eles possuíam para a época em questão. 

Inicialmente o grupo era um “Power Trio” comandado por Lulu Santos, ele cantava e tocava guitarra, porém, não tinha uma voz muito boa. O som do Vimana, no início flertava muito com o rock e um pouco de funk com soul music. Mas a banda quis passar por mudanças e precisavam de um vocalista afinado, ai apareceu ele, o criador do abajur cor de carne, o terror da “Menina Veneno”, Ricthie ou Richard Cour, inglês erradicado no Brasil naquela década, veio para nossa terrinha a convite de Rita Lee e Liminha (ambos na época na banda os Mutantes). Eles foram fazer uma visita a Londres e fizeram amizades com um grupo de hippies e no meio disso tudo estava La Ritchie,que segundo dizem,era um cara boa praça, gente boa, “joinha”, convite feito, convite aceito e ele veio para cá. 

Ricthie, ao chegar aqui foi vocalista e flautista de bandas de rock progressivo como Scaladacida, deu aulas de inglês (na sua turma tinham alunos como Gal Costa e Caetano Veloso) para ganhar um troco. Ao sair do seu primeiro grupo, entrou para o Barca do Sol, mas ele só tocava flauta na banda. No circuito musical fez amizade com Lulu, que um tempo depois o chamou para entrar na Vimana, porém nesse meio tempo, o baterista abandona o grupo, eis que surge nosso outro herói.

Lobão, grande nome do rock Brasil nos anos 80 e 90, fez parte do Vimana. Na verdade, ele tocava violão clássico e não gostava muito de rock, mas foi praticamente empurrado para ficar no Vimana na função de baterista por um amigo de colégio na época. 

Ele não tinha nem 18 anos, mas já no grupo, eles conseguem ser banda de apoio da atriz Marília Pera na peça musical “A Feiticeira”, vaga essa arranjada por Nelson Motta. Nos intervalos da peça, eles ensaiavam o repertório na intenção de começar a se apresentarem após a temporada da peça.

E por aí foi (...) fizeram shows, sucesso, claro que tudo muito underground, mas sempre com muito êxito, pois o grupo era muito respeitado por ter músicos de uma ótima técnica. Faziam músicas com letras em português e em inglês. Pode até se notar nas musicas em português um forte sotaque de Ritchie, ainda um recém-chegado ao país.

Anos depois, vinha ao Brasil o músico Patrick Moraz, que tocava na clássica banda de progressivo Yes. Ele veio fazer uma visita e aproveitou para conhecer a musica local, da qual criou uma grande empatia.

Após ter sido demitido da banda, veio novamente ao Brasil com a intenção de montar um grupo. Patrick queria que fosse formado por brasileiros e, sabendo da fama dos músicos do Vimana, os fez um convite, prometendo que seriam uma banda grande, maior que o próprio Yes, com cachês altos, turnês pelo mundo e tal (...) Mas, para isso, eram necessárias horas de treino, e ai que tudo afundou (...)

Segundo “reza” a lenda, o homem era nervoso, tendo como seu primeiro desafeto, Lulu Santos, que não estava mais tão fã da música Prog, como no início e acabou sendo expulso do projeto. Os outros músicos também não eram muito chegados aos puxados ensaios, fazendo assim, um complô contra ele.

Lobão chegou a ter até um caso com a esposa do cara, 12 anos mais velha que ele, que por sinal, ela veio a se tornar sua primeira esposa, após sua separação da banda.

Após muita confusão e bate boca, chega o fim do Vimana, um grupo muito bom, músicas boas, que infelizmente nunca lançou um disco, no máximo um compacto, com duas músicas apenas, mas é possível encontrar gravações demos pela internet.

Aconselho a todos que são fãs da boa música e de suas histórias a procurar esses materiais.

Fica a dica!