Tarantino é como se fosse o musico Jerry Lee Lewis do
cinema, um diretor que não se importa em estar destruindo seu piano enquanto
todo mundo esta agitando. Seu filme de 1994, o clássico “Pulp Ficton” é uma obra sobre sangue, tripas, violência,
sexo estranho, drogas, eliminação de cadaveres, loucos de couro e um relógio de
pulso que faz uma jornada sombria atravez de gerações.
Tarantino é um cineasta muito talentoso para fazer um filme
chato, mas não, ele não procura seguir os passos de Ed Wood, a unica semelhança
entre os dois é a paixão pelo que faz, se sentir intoxicado com o proprio ato
de se fazer um filme. Tarantino aqui em sua direção é uma criança quando fica solta
numa loja de brinquedos, ele brinca a noite toda com seu jogo de fazer filme.
No filme em questão temos não uma
historia, e sim três historias com um foco no submundo do crime onde todas elas
possuem personagens em comum. O filme começa com a introdução de um jovem casal
de assaltantes numa lanchonete onde o assunto é assaltos, assim Tarantino
começa a contar sua primeira historia: Vincent Vega (John Travolta) deve levar
a mulher do chefão, Mia Wallace (Uma Thurman) para jantar e se divertir
enquanto o chefe de Vincent vai para Florida tratar de seus negocios. A segunda
história (no filme nota-se que a historia ja não esta em forma cronologica) nos
conta sobre o boxeador Bucth (Bruce Willis), que é considerado além da idade
para ser um lutador e recebe ums grana alta de Marcellus (o tal chefe do filme)
para perder a luta. A terceira história tem como foco principal Jules (Samuel
L. Jackson) com o personagem de Travolta como coadjuvante, que devem limpar o
carro após um assassinato bem violento em seu transporte. Assistir ao filme
pode se achar que nada faz sentido e tudo isso de uma maneira bem louca. Mas
parando pra entender, vemos como o filme foi bem elaborado.
Alem dos detalhes contados e o modo como a história é
conduzida, outro ponto que chama a atenção no roteiro ganhador de Oscar de Pulp
Fiction (sim, o filme venceu o Oscar de 94 nessa categoria) é o modo como
Tarantino trata sobre esses assuntos tão delicados de uma maneira, digamos,
peculiar. Os dialogos são fortes e bem elaborados, na maioria das vezes nos
mostrando um humor negro sobre diversos fatos e ações que nao deveriam ser
engraçados, a naturalidade com que drogas e violência são tratados no cotidiano
dos personagens, enfim, uma visão unica e particular sobre os assuntos
tratados. E como as historias “parecem” estar desconectas umas das outras, tudo
parece se tratar de uma bagunça generalizada, temos a razão para a definição da
palavra “Pulp” logo no inicio do filme, assim ganhando seu sentido dentro do
contexto principal da trama.
No filme podemos destacar a atuação maravilhosa de John
Travolta na pele de Vincent Vega, ele que no inico de sua carreira nos anos 70
era citado com um ator com um futuro promissor no cinema, mas Travolta passou
boa parte dos anos 80 e 90 apagado da grande midia, fazendo filmes fracos e
aqui com Tarantino, ele renaceu e se fez importante de novo para o cinema
americano e conseguindo de volta seus dias de glória em Hollywood.
Outro ponto, como sempre nos filmes de Tarantino, é a sua
trilha sonora, um mix de generos como rock, country, rap, hip hop e outros para
compor suas obras, destaque para a musica “Girl, You’ll be a woman soon” que embala a personagem de Uma Thurman.
Pulp Fiction foi um filme genial e ao mesmo tempo
pretensioso, mas que no fim deu certo. Esse foi o segundo filme de Tarantino,
seu anterior foi o tambem classico “Cães de Aluguel”, mas sua obra veio de
alguma maneira revolucionar o cinema independente e dando um novo folego para o
genero.
Fica a dica de um filme que até hoje tem uma liguagem bem
atual e que pode ser visto em qualquer epoca que nao perde seu valor.
Marcou epoca e fez um baque no cinema mundial.
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